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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

VIDEO - Olhe para todos a seu redor (Clarice Lispector na voz de David Duarte)

Tenho pensado bastante nas palavras de Clarice Lispector...
Cada vez mais somos ilhas cercados de gente por todos os lados. Somos ilhados em nós mesmos e nem nos tocamos disso...




Clarice Lispector era uma escritora brasileira que nasceu na Ucrânia em 1920 e morreu no Brasil em 1977.












LINK PARA O VIDEO


OLHE PARA TODOS A SEU REDOR
"Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós.
Não temos amado, acima de todas as coisas.

Não temos aceito o que não entendemos

porque não queremos passar por tolos.

Temos amontoado coisas, coisas e coisas,

mas não temos um ao outro.

Não temos nenhuma alegria que

já não esteja catalogada.

Temos construído catedrais,

e ficado do lado de fora,
pois as catedrais que

nós mesmos construímos,

tememos que sejam armadilhas.

Não nos temos entregue a nós mesmos,

pois isso seria o começo de uma vida

larga e nós a tememos.

Temos evitado cair de joelhos diante
do primeiro de
nós que por amor diga: tens medo.
Temos organizado associações e clubes

sorridentes onde se serve

com ou sem soda.

Temos procurado nos salvar,

mas sem usar a palavra salvação

para não nos envergonharmos de ser inocentes.

Não temos usado a palavra amor para

não termos de reconhecer sua contextura de ódio,

de ciúme e de tantos outros contraditórios.

Temos mantido em segredo a nossa morte

para tornar nossa vida possível.

Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa.

Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença,

sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.

Temos disfarçado com o pequeno medo

o grande medo maior e por isso nunca

falamos o que realmente importa.

Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.

Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez

de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.

Não temos sido puros e ingênuos para

não rirmos de nós mesmos e para que no

fim do dia possamos dizer "pelo menos não fui tolo"

e assim não ficarmos
perplexos antes de apagar a luz.
Temos sorrido em público do que não sorriríamos

quando ficássemos sozinhos.

Temos chamado de fraqueza a nossa candura.

Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.

E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia..."
Lispector, Clarice.



Abraços a todos e beijos a todas,
João Bosco De Oliveira Júnior

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